segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O contador de histórias

Hey, people! O blog como sempre tentando inovar no conteúdo que oferece. E dessa vez, aparecendo com uma história nova. A saga do Contador de Histórias. Aí vai. Aproveite e imagine...




Vou contar-lhes uma história. Digna de ser cantada por bardos se estes não se extinguissem pouco a pouco. Com pomposo falar, tão esquecido nesses dias, a contarei. Eis que um jovem em seu alvorecer, vem lhes contar a trama de reis e rainhas, de santos e pecadores, de amores e desamores. Venha, sente-se. Ouça uma história que de tão maravilhosa vai lhe fazer vender seus sapatos, apenas para poder caminhar mais tranquilamente pelos esverdeados caminhos do conto.

Sou Vorian, filho de pai e mãe, Mirabeau e Mara, trabalhadores de postes e eletricidade, irmão de Romulus, Fisioterapeuta, irmão de Stellina, graduada em seu trabalho com a palavra e a língua em que nascera. Eu, humilde servo de vossos ouvidos, tenho em mim algumas habilidades às quais faço bom uso. Matemático, contador de histórias e estudante das teorias ocultas.

A história que vos trago tem o seu nome.

"O copo de água." 

Apesar de o nome parecer estúpido até mesmo para as pessoas mais incultas, eu vos asseguro que nada tem de estúpido.

Começa como todas as outras, uma criança correndo no meio da multidão escondendo embaixo da blusa algo que havia roubado. Nada muito importante para mim ou para você, mas para o menino, faminto, e o comerciante ao qual ele roubou, fumegando de raiva, era de uma importância relativamente maior.
O menino, de extrema agilidade, passava pelas pessoas como a sombra passa pelos objetos sem estes o fazer barreira. O comerciante, gordo e com seus cabelos atrapalhando sua visão, já o perdia de vista, mas ainda gritava blasfêmias e injurias para o céu. Ao cabo que respirou fundo e voltou para sua venda. Afinal de contas, não era a primeira vez que acontecia. Vendo que a perseguição findara, o menino esfarrapado se esconde em um canto qualquer e começa a comer as frutas que afanara. Odiava obter as coisas dessa forma, mas sua quantia de dinheiro, ou seja, nada, não o deixava comprar coisas boas, ou no minimo ruins. Seu almoço e talvez sua única refeição, era servida de uma maça, um melão pequeno e algumas bananas. Seu corpo, desnutrido, já se acostumara com a pouca comida. Se alimentava chorando, pois nada podia fazer para mudar sua situação.

Antes, porém, era um menino que dava gosto em seus pais. Filho do Rei Algus e da Rainha Polia, era em si um bom exemplo para todos. Simpatia esbanjante e bons costumes o faziam ser o mais nobre, não com os títulos, mas sim com o bom coração que possuía. Mas, pela maldade que reina no coração dos homens e pela ganancia, dois, quase trés, assassinatos foram cometidos. Um de seus servos, que era o segundo no comando do rei, foi o culpado.O fato ocorreu da seguinte forma: Em uma noite de terrível pranto pela morte de seu irmão, a rainha fez prisão própria em seu corpo, impedindo a si mesma de falar. Seu rei e esposo, tentava, em vão, traze-la de volta à realidade, mas era-lhe impossível. Conversando com seu filho, o rei não sabia o que fazer. O filho de nome tão nobre quanto a si mesmo, a saber, Agnes, tomou a dianteira e foi conversar com sua mãe. O servo malfazejo, sabendo de sua influencia, veio com uma pequena bandeja com trés taças de vinho. Disse ao jovem príncipe que era para ele, seu pai e sua mãe, algo para acalmar os ânimos.

Confuso pela situação em que sua mãe se colocara, nem se apercebeu que havia algo no olhar do falso amigo. Algo como sede de poder. Chamado o rei e fechada a porta, para que minguem os atrapalhasse. O filho entrega um copo à seu pai e outro à sua mãe ele próprio não pegou. Não estava com sede. O rei bebeu uns goles e o filho começou a falar com a rainha. Enquanto falava a rainha tomava alguns goles do venenoso vinho. O rei já sentindo os sintomas do veneno, pouco ouvia o que o filho dizia e como sentado estava numa confortável poltrona, não caiu, mas tão somente sua taça. O filho ao olhar para o moribundo pai corre até ele e vê que sua vida era finda. Assustado, olha para sua mãe a tempo de ver ainda um pouco de sobriedade em seus olhos antes de cair sem vida em cima de sua cama. Enquanto isso o traidor, vinha com um comitê de soldados para terminar o trabalho mais rapidamente. O servo bate à porta para saber se todos estão mortos. O filho, muito esperto em si, adivinhando as intenções do maldito homem, se é que podia ser chamado disso, sai pela janela e fica semi pendurado no parapeito. Quando o infeliz entrava pela porta e via que o filho não estava morto, mandou que os soldados o procurassem e o matassem, a começar a procura pela janela. Agnes escorregou por onde conseguia até chegar ao chão e correu. Acelerava toda vez que ouvia um barulho que suspeitava. Passou anos e mais anos sendo procurado, mas sua fisionomia, apenas alguns dias depois, já não se parecia com a que tinha dentro de sua casa. Mudou o próprio nome para outro menos nobre. Chamou-se Minus.

Ademais, amanhã, a história irá continuar. E o humilde contador voltará para findar o que já causou tanta curiosidade.

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