terça-feira, 16 de setembro de 2014

Lições de vida incríveis.

Como é fácil desestimular uma pessoa a não seguir o sonho de vida dela...



Olá amigos.

Nos últimos dias vim conversando com Sérgio sobre o rumo da vida dele.
Ele passou mais de um ano efetivamente desempregado. Nós conversávamos sobre isso e algumas vezes brigávamos, seja por ter ideias diferentes da coisa, ou por não compreensão (da minha parte) do que ele estava passando.

Na última semana ele recebeu uma proposta de emprego na empresa Atacadão, que contava com vários benefícios. Isso me deixou feliz, pois vi que ia ajudá-lo nas despesas da casa dele, visto que o dinheiro dele estava acabando.
Foi quando uma outra possibilidade que estava adormecida acorda e se mostra muito forte:

A possibilidade de trabalhar no Carnaval Carioca... perene sonho de Sérgio.

Na sexta feira (12/09), estive com ele. E ele me veio com esse dilema: Emprego formal ou sonho informal?

Acabou que EU entrei em confusão. Em um ano (quase) que nos conhecemos, nunca pedi conselhos à ele, visando sempre resolver as coisas sozinho. Aquela de "problema meu, resolução minha". Mas estava ele ali, me olhando e pedindo por ajuda em uma decisão que poderia mudar a vida dele. Literalmente.

Eu sempre digo às pessoas que sigam o sonho e que o façam virar realidade. Não importa as coisas que sejam ditas. O sonho sempre é mais importante.

E ali estava eu, dividido entre o sonho dele e as vantagens ilusórias de uma empresa grande. E ele me implorava uma ajuda, uma resposta.

Não consegui respondê-lo, porém o coloquei mais confuso ainda quando disse a ele eu sempre optei pelo sonho. Porém nunca estive na situação dele. Sozinho (em parte), quase sem dinheiro e necessitando sobreviver... É muito fácil seguir um sonho com milhares de dinheiros no bolso.
Mas será que temos coragem de fazê-lo quando não temos mais nada a perder senão nossas vidas?

No dia seguinte, fui à praia com ele e nosso amigo Rafael. Aproveitamos o lindo dia que fazia, a límpida, porém revolta água que tínhamos à nossa disposição e o nosso mais que bom humor que jorrávamos a cada minuto.

Enquanto estávamos deitados ao sol, ouviu-se um toque de celular. Mauro ligava para Rafael. Mauro é o menino que trabalha com o Carnaval na confecção de fantasias. E queria falar com o Sérgio.

Nesse momento meu coração quase parou. A respiração ficou presa e não queria sair. Forcei-me a andar até a água e deixar que ela me batesse um pouco. Fria que estava, voltei rápido para perto do pessoal. Ainda falavam ao telefone. Mauro explicara tudo. Era o suficiente para Sérgio.

Ao desligar o telefone sorriu. Um sorriso estranho, tanto que demorei para identificar o sentimento por trás. Era alegria e medo misturados. Era um passo muito grande que havia dado. Mas estava ali, vivo e consciente de sua escolha.

Uma pergunta saiu da minha boca: E aí?
Como se estivesse hipnotizado por alguns momentos, ele diz os pontos mais importantes de sua conversa com Mauro. Porém senti ainda a dúvida em sua voz. Mesmo decidido, sua mente preocupada não o deixava sentir-se totalmente bem. E foi assim por aquele restinho de dia.

Despedí-me e com minhas coisas entrei no ônibus, começando minha viagem para casa.
Enquanto o tempo me era ocioso fisicamente, meu cérebro e eu começamos um trabalho de interpretar o que acontecera e o quão forte Sérgio fora e é.

Percebi que minhas palavras poderiam tê-lo levado à ruína. Se eu estivesse completamente ligado à essa sociedade imbecil e suas amarras econômicas, eu teria matado o Sérgio que conheço, além de ter ido contra eu mesmo, criando em mim um profundo arrependimento.

Como é fácil desestimular uma pessoa a não seguir o sonho de vida dela...

Porém esse foi um desafio para mim e muito mais para Sérgio. Como eu poderia me contrariar em algo tão absoluto? Como eu poderia simplesmente desprezar o sonho que a tanto tempo desejara?
Minha jornada pelo novo mundo começou nesse dia. E levei para mim o maior ensinamento: O maior risco é não arriscar.

Obrigado.

2 comentários:

  1. Adorei!!! Muitas das vezes ficamos prezo no quadro ilusório que a sociedade nos coloca, e esquecemos de ser e viver o que realmente queremos....

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  2. Realmente é mto difícil responder uma pergunta dessas, pq vc pode ou fuder com a vida da pessoa ou não. Nessas horas é melhor a própria pessoa tomar sua decisão. É o que eu acho. Aliás, muitas das vezes já recebi propostas de emprego e por mim mesma decidi não ir. E acredite, me dava bem, pq era sempre um trabalho medíocre, que fazia você ralar pra nada praticamente. Me senti aliviada muitas vezes.

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